ABSTRACT
Diagnóstico de autismo: contribuições da teoria psicanalítica: A partir da noção de sujeito e dos modos de sua constituição perante a orientação psicanalítica lacaniana, podemos definir que o autismo não é meramente um sintoma nem um tipo específico das psicoses, mas uma estrutura clínica com particularidades. Compreende-se o autismo como sendo concernente ao campo psicopatológico, considerando-se a dimensão do sujeito advinda da alteridade. O sintoma é tomado como um fenômeno de relação transferencial que emerge como uma questão de semiologia na classificação, ou seja, o diagnóstico é posto na prática linguística. As controvérsias a respeito das contingências do autismo e das suas possíveis classificações foram expostas neste trabalho para além da descrição operacional atrelada a categorias nosográficas, mas examinadas sob a perspectiva de uma psicopatologia fundamental.
Les contributions de la psychanalyse au diagnostic d'autisme : On part de l'orientation psychanalytique lacanienne pour réfléchir sur le problème que l'autisme constitue dans le scénario actuel. Avec la notion de sujet et les modalités de sa constitution, on peut définir que l'autisme n'est pas simplement un symptôme ou un type spécifique de psychose, mais une structure clinique avec ses propres spécificités. L'autisme est compris comme étant localisé sur le champ psychopathologique, en considérant la dimension du sujet issue de l'altérité. Le symptôme est compris comme un phénomène issu de la relation transférentielle qui émerge comme problème de sémiologie dans la classification, c'est-à-dire que le diagnostic est localisé dans la pratique linguistique. Les controverses par rapport aux contingences sur l'autisme et ses classifications possibles ont été exposées dans cet ouvrage, au-delà de la description opérationnelle liée a des catégories nosographiques, mais examinées sous la perspective d'une psychopathologie fondamentale.
Psychoanalytical contributions to the autism diagnosis: The Lacanian psychoanalytic approach is the starting point to guide the problem that autism constitutes in the current scenario. Considering the notion of subject and the ways in which it is constituted, we can define that autism is not merely a symptom or a specific type of psychosis, but rather a clinical structure with its own specificities. Autism is understood as being situated in the field of psychopathology, taking into consideration the dimension of the subject originated from the otherness. Symptom is understood as a phenomenon in the relationship of transference, which emerges as a problem of semiology in the classification, that is, diagnosis is placed into linguistics practice. The controversies concerning the contingencies over autism and its possible classifications have been described in this paper beyond the operational description tied to nosographic categories, but examined under the perspective of a fundamental psychopathology.